Dividiam-se em 7 grupos, que são eles:
1 - Misticismo e espiritualismo – A fuga da realidade leva o poeta simbolista ao mundo espiritual. É uma viagem ao mundo invisível e impalpável do ser humano. Uso de vocabulário litúrgico: antífona, missal, ladainha, hinos, breviários, turíbulos, aras, incensos.
2 - Falta de clareza – Os poetas achavam que era mais importante sugerir elementos da realidade, sem delineá-los totalmente. A palavra é empregada para ter valor sonoro, não importando muito o significado.
3 - Subjetivismo – A valorização do “eu” e da “irrealidade”, negada pelos parnasianos, volta a ter importância.
4 - Musicalidade – Para valorizar os aspectos sonoros das palavras, os poetas não se contentam apenas com a rima.
Temos alguns tipos, que são:
a) Aliteração - Repetição seqüencial de sons consonantais. A seqüência de palavras com sons parecidos faz que o leitor menospreze o sentido das palavras para absorver-lhes a sonoridade.
b)Assonância - É a semelhança de sons entre vogais de palavras de um poema.
5 - Sinestesia – Os poetas, tentando ir além dos significados usuais das palavras, terminam atribuindo qualidade às sensações. As construções parecem absurdas e só ganham sentido dentro de um contexto poético. Vejamos algumas construções sinestésicas: som vermelho, dor amarela, doçura quente, silêncio côncavo.
6 - Maiúsculas no meio do verso – Os poetas tentam destacar palavras grafando-as com letra maiúscula.
7 - Cor branca – Principalmente Cruz e Sousa tinha preferência por brancuras e transparências.
Principais Autores:
Camilo Pessanha (1867 - 1926)
Considerado um poeta de leitura pouco acessível para o grande público, um criador que inspirou outros criadores, passou grande parte da vida em Macau (China), onde conheceu o ópio e conviveu com a poesia chinesa, de que foi tradutor para o português.
Os poemas de Camilo Pessanha caracterizam-se por um forte poder de sugestão e ritmo, apresentando imagens estranhas, insólitas, não lineares, isto é, repletas de rupturas e cores – elementos tipicamente simbolistas.
Neles predomina o tema do estranhamento entre o eu e o corpo; o eu e a existência e o mundo, cujos elementos mais familiares ao mesmo tempo tornam-se esquivos, perante uma sensibilidade poética fina e sutil, mas na qual não se encontram os derramamentos emocionais, a subjetividade egocêntrica.
É autor de apenas um livro, porém muito famoso, o
Clepsidra, publicado em 1922, onde exerceu grande influência, particularmente na geração de Orpheu, que iniciou o Modernismo em Portugal.
Cruz e Souza (1862 -1898)
João da Cruz e Sousa era Filho de Guilherme da Cruz, mestre pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, lavadeira, ambos negros e escravos, alforriados por seu senhor, o coronel Guilherme Xavier de Sousa. Do coronel, o menino João recebeu o último sobrenome e a proteção, tendo vivido em sua casa como filho de criação.
Estudou no Ateneu Provincial Catarinense, de 1871 a 1875, onde aprendeu francês, inglês, latim, grego, matemática e ciências naturais. Aos oito anos, já recitava versos seus, em homenagem a seu protetor.
Em 1881, fundou com Virgílio Várzea e Santos Lostada, o jornal Colombo, no qual proclamavam adesão à Escola Nova (o Parnasianismo). Nesse mesmo ano, viajou pelo Brasil na Companhia Dramática Julieta dos Santos, na função de ponto. Também realizou conferências abolicionistas em várias capitais.
Estudou no Ateneu Provincial Catarinense, de 1871 a 1875, onde aprendeu francês, inglês, latim, grego, matemática e ciências naturais. Aos oito anos, já recitava versos seus, em homenagem a seu protetor.
Em 1881, fundou com Virgílio Várzea e Santos Lostada, o jornal Colombo, no qual proclamavam adesão à Escola Nova (o Parnasianismo). Nesse mesmo ano, viajou pelo Brasil na Companhia Dramática Julieta dos Santos, na função de ponto. Também realizou conferências abolicionistas em várias capitais.
Foi o chefe do movimento simbolista no Brasil. Teve uma vida atribulada e dramática. Experimentou-os mais duros reveses e, não bastando o complexo da cor que se refletia multas vezes em seus próprios versos, Cruz e Sousa um amargurado, um infeliz. De seu consórcio nasceram-lhe quatro filhos, tendo-os visto morrer, um a um, ceifados pela tuberculose, moléstia que o levou também ao túmulo. Sua companheira de infortúnio faleceu em um hospício, e assim o poeta passou pela vida marcado por um destino adverso, ferido em todos os seus sentimentos.
Procurou através de suas poesias, transbordar toda a sua mágoa, pelas humilhações que passava, motivadas pela sua cor. É considerado um dos expoentes máximos da escola simbolista, no Brasil.
Sua linguagem era impregnada de vocábulos que davam um vigoroso ritmo evocativo, seguidos de delírios constantes, como na poesia "ódio Sagrado" Abusava de aliterações, buscando uma virtuosidade musical.
Sua linguagem era impregnada de vocábulos que davam um vigoroso ritmo evocativo, seguidos de delírios constantes, como na poesia "ódio Sagrado" Abusava de aliterações, buscando uma virtuosidade musical.
Raul Brandão (1867 - 193)
Nasceu em Foz do Douro Raul Germano Brandão. Neste mesmo ano, nascem outros dois grandes vultos da literatura portuguesa – António Nobre e Camilo Pessanha. Na cidade do Porto, para onde vai viver ainda criança, completa o curso liceal no Colégio de São Carlos e frequenta como ouvinte o Curso Superior de Letras na Universidade. 1885: Colabora na publicação liceal O Andaluz. 1888: Inicia a sua carreira militar, matriculando-se na Escola do Exército. 1889: Acompanha os manifestos simbolistas das publicações Boémia Nova e Os Insubmissos. 1890: Publica Impressões e Paisagens, uma colectânea de contos naturalistas. 1891: De parceria com Júlio Brandão, publica Vida de Santos, Virgem Maria (Mãe de Deus) e Santa Isabel (Rainha de Portugal). 1892: Colabora no panfleto de raiz anarquista Os Nefelibatas. 1893: Em 27 de Janeiro inicia a sua colaboração regular no Correio da Manhã. 1894: Começa a escrever textos para a Revista de Hoje. Colabora também na Revista de Portugal. É ainda redactor de O Dia e de A República. 1896: É promovido a alferes e colocado no Regimento de Infantaria nº, 20, de Guimarães. Conhece Maria Angelina, a futura companheira de toda a sua vida. É editada a sua obra de ficção História Dum Palhaço. Columbano Bordalo Pinheiro pinta o seu retrato. 1897: Casa, em Março, com Maria Angelina. 1899: No teatro de D. Maria II estreia-se o drama em três actos A Noite de Natal, que escreve em parceria com Júlio Brandão. 1901: É promovido a tenente e transferido para Lisboa. Publica o panfleto O Padre. 1902: Sobe à cena no teatro D. Amélia o seu drama em três actos O Maior Castigo. 1903: Vai morar para a «Casa do Alto», numa quinta situada nas proximidades de Guimarães. Publica-se A Farsa. 1906: Em Maio, faz uma grande viagem pela Europa acompanhado por sua mulher – visita Espanha, França, Suíça e Inglaterra. Sai a edição de Os Pobres, com prefácio de Guerra Junqueiro. 1910: Em 23 de Julho morre seu pai e, três semanas depois, sua mãe. 1911: Termina a sua carreira militar, sendo reformado no ano seguinte com o posto de major. 1912: Durante os Invernos, passa a ter residência em Lisboa. Edição de El-Rei Junot. Publica em A Águia um artigo sobre Fialho de Almeida. 1914: É publicada a obra A Conspiração de 1817: Quem Matou Gomes Freire. 1915: Na revista Renascença publica-se O Cerco do Porto, trabalho do coronel Owen, de que escreve o prefácio e as notas. 1917: Publicação de Húmus. 1919: Sai o primeiro volume das Memórias. A obra completar-se-á com o terceiro volume (Vale de Josafat), que será publicado postumamente, em 1933. 1921: É um dos fundadores da revista «de doutrina e crítica» Seara Nova. 1922: Colabora na edição Eça de Queirós – In Memoriam, organizada por Eloi do Amaral e Cardoso Martha. 1923: É eleito como sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. São editadas algumas das suas obras capitais - O Rei Imaginário, Os Pescadores, as peças de teatro O Gebo e a Sombra e O Doido e a Morte. No quadro da remodelação da Seara Nova, passa, com António Sérgio, a fazer parte da direcção da revista. 1926: Publica As Ilhas Desconhecidas. Sai uma nova versão da obra de ficção publicada em 1896 (História Dum Palhaço), agora sob o titulo A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore. 1927: Columbano pinta o retrato de Raul e Angelina Brandão. De colaboração com Teixeira de Pascoais, publica Jesus Cristo em Lisboa; Edita-se o monólogo teatral Eu Sou Um Homem de Bem. 1929: Edição do texto dramático O Avejão. 1930: Em colaboração com sua mulher Maria Angelina Brandão, publica a narrativa para crianças Portugal Pequenino. Morre em Lisboa, no dia 5 de Dezembro, com 63 anos.1931: É postumamente editada a obra O Pobre de Pedir.
Alphonsus de Guimarães ( 1870 - 1921 )
São constantes em sua obra a presença constante da morte da mulher amada, os tons fúnebres de cemitérios e enterros, a nostalgia de um medievalismo romântico, além do seu famoso marianismo (culto a Virgem Maria). Sua obra prenuncia o surrealismo
Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam, como mostra a passagem a seguir.
Obras Principais:
Anexos:
Alphonsus de Guimarães ( 1870 - 1921 )
Apaixonado desde jovem por uma prima, sofre com a prematura morte da amada e passa por uma crise de doença e boêmia. Forma-se em Direito e Ciências Sociais, colaborando sempre na melhor imprensa paulistana. Fica conhecido como “O Solitário de Mariana”.
São constantes em sua obra a presença constante da morte da mulher amada, os tons fúnebres de cemitérios e enterros, a nostalgia de um medievalismo romântico, além do seu famoso marianismo (culto a Virgem Maria). Sua obra prenuncia o surrealismo
Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam, como mostra a passagem a seguir.
"O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu."
- Poesia: Setenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Câmara Ardente (1899), Kiriale (1902), Pauvre Lyre (1921), Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte (1923), Poesias (Nova Primavera, Escada de Jacó, Pulvis, 1938).
- Prosa: Mendigos (1920)
Pedro Kilkerry ( 1855 - 1917 )
Foi um dos vários poetas simbolistas quase anônimos. Pobre e boêmio, morreu tuberculoso em Salvador. Nada deixou em livro, o que dele se conhece se reduz ao que publicou em revistas simbolistas baianas Nova Cruzada e Os Anais. Sua obra só entrou em evidência em 1970, com Re-visão de Kilkerry (seleção de poemas organizada por Augusto de Campos).
Sua poesia era forte e desconcertante, sendo uma das melhores do Simbolismo brasileiro. Caracteriza-se pela base metonímica e metafórica.
Referências: